Nascido no Paço de São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825, D. Pedro II é considerado o Pai do Povo Brasileiro e foi o segundo e último Imperador do Império do Brasil, 12º maior Império da Humanidade com uma área de 8,337 milhões de km², correspondendo a 5,6% da área terrestre.

Filho de D. Pedro I e D. Maria Leopoldina, D. Pedro II pertenceu à dinastia da Casa de Bragança, seu reinado durou 58 anos (1831-1889).

Dom Pedro II em 1826 com 1 ano de idade

Após a abdicação de seu pai e sua ida para a Europa, D. Pedro tornou-se Imperador com 5 anos de idade. Ele passou sua infância e adolescência estudando, preparando-se para imperar.

Sob seu comando o país saiu vitorioso em 3 conflitos internacionais (Guerra do Prata, Guerra do Uruguai e Guerra do Paraguai), graças ao seu perfil moderado ele também resolveu diversas tensões dentro das províncias do Brasil.

O Imperador foi grande patrocinador e incentivador da Educação, Cultura e Ciências. Era admirado por vários estudiosos como Graham Bell, Friedrich Nietzsche, Charles Darwin, dentre outros.

Abolicionista, nunca aceitou a escravidão ou de fazer uso dos escravos que havia disponível. Gradativamente conseguiu acabar com a escravidão no Brasil.

Era "primo legítimo" da Rainha Vitória, bisavó da Rainha Elizabeth II do Reino Unido.

As moedas de prata e de cobre de D. Pedro II trazem no anverso a inscrição: "PETRUS. II. D. G. CONST. IMP. ET. PERP. BRAS. DEF.", abreviação de "PETRUS SECUNDUS DEI GRATIA CONSTITUTIONALIS IMPERATOR ET PERPETUUS BRASILIÆ DEFENSOR" que significa:

"D. Pedro segundo, por graça de Deus, imperador constitucional e defensor perpétuo do Brasil".

Também aparece no reverso de moedas de ouro, de prata e de bronze. Há variações nas abreviaturas e altera V no lugar do U.

O seu reinado foi dissolvido por meio de um Golpe de Estado na madrugada de 15 de novembro de 1889, ele não permitiu que fosse feita qualquer medida contra a sua deposição e não apoiou qualquer medida a favor da restauração da monarquia.

Foi expulso do Brasil junto com sua família para a Europa, vivendo seus últimos dias na França, sem qualquer tipo de mordomia ou regalia e ajudado financeiramente por seu amigo, Conde de Alves Machado.

Sua últimas palavras foram:

"Deus que me conceda esses últimos desejos — paz e prosperidade para o Brasil."

Enquanto preparavam seu corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo próprio imperador:

"É terra de meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria".

O pacote que continha terra de todas as províncias brasileiras foi colocada dentro do caixão.

Cronologia de D. Pedro II

A cronologia abaixo foi realizada pela Brasiliana Fotográfica e para a sua elaboração, além da pesquisa em inúmeros jornais da Hemeroteca da Biblioteca Nacional, a Brasiliana Fotográfica também se valeu, principalmente, dos livros "Pedro II: ser ou não ser", de José Murilo de Carvalho, e "As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos", de Lilia Moritz Schwarcz.

1825

Em 2 de dezembro, nascimento de Pedro II, às 2h30 da manhã, no Paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, filho mais novo do imperador dom Pedro I do Brasil (1798 – 1834) e da imperatriz dona Maria Leopoldina de Áustria (1797 – 1826) [1].

Alegoria do nascimento de Dom Pedro II: aquarela de Jean-Baptiste Debret

Foi batizado, em 9 de dezembro, e seu nome completo era Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga [2].

1826

Em agosto, foi oficialmente reconhecido como herdeiro do trono brasileiro com o título de príncipe imperial .

Sua mãe, a imperatriz Leopoldina, faleceu em 11 de dezembro de 1826, poucos dias após dar a luz a um menino natimorto [3].

Foi com a monarca que Carl Friedrich Phillip von Martius (Erlanger, Alemanha, 1794 – Munique, Alemanha, 1868), renomado naturalista do século XIX, veio ao Brasil, onde ficou de 1817 a 1820, como um dos integrantes da Missão Austríaca, que a acompanhou na ocasião de seu casamento com D.Pedro I.

1829

O imperador Pedro I casou-se com a duquesa Amélia de Leuchtenberg (1812 – 1873), com quem, apesar de ter convivido pouco, o príncipe Pedro estabeleceu um relacionamento afetuoso [4].

1831

Em 7 de abril, o imperador Pedro I abdicou [5]. O príncipe imperial Pedro tornou-se “Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil“, sendo aclamado por uma multidão reunida no Campo de Santana.

Dom Pedro I deixou seu filho aos cuidados do tutor José Bonifácio de Andrada (1763 – 1838), de dona Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (? – 1855), tornada condessa de Belmonte, em 5 de maio de 1844, aia de Pedro II desde seu nascimento, a quem ele chamava de Dadama; e de Rafael, que era um empregado do paço em quem Pedro I possuía grande confiança.

No mesmo dia da abdicação, foi eleita, no Senado, a Regência Provisória, formada pelos senadores Nicolau do Campos Vergueiro (1788 – 1859), por José Joaquim de Campos (1768 – 1836), o Marquês de Caravelas, e pelo senador Francisco de Lima e Silva (1785 – 1853), pai de Luís Alves de Lima e Silva (1803 – 1880), o Duque de Caxias.

Dom Pedro I partiu para a Europa com Dona Amélia, em 13 de abril [6]. As cartas de despedida de dona Amélia e de Pedro I, ambas foram para dom Pedro II.

Abaixo, transcrição da carta de dona Amélia de Leuchtenberg à D. Pedro II:

Rio de Janeiro, [abril de 1831]

Meu filho do coração e meu imperador,

Adeus, menino querido, delícias de minha alma, alegria de meus olhos, filho que meu coração tinha adotado. Adeus para sempre.

Quanto és formoso nesse teu repouso! Meus olhos choro­sos não se puderam furtar de te contemplar! A majestade de uma coroa, a debilidade da infância, a inocência dos anjos cingem tua fronte de um resplendor misterioso que fascina.

És o espetáculo mais tocante que a terra pode oferecer! Quanta grandeza e quanta fraqueza a humanidade encerra, representadas por ti, criança idolatrada: uma coroa, um trono e um berço!

A púrpura ainda não serve senão para estofo, e tu, que comandas exércitos e reges um Império, ainda careces de todos os desvelos e carinhos de mãe.

Ah! querido menino, se eu fosse tua verdadeira mãe, se meu ventre te tivesse concebido, nenhuma força te arrancaria dos meus braços!

Mas tu, anjo de inocência e de formosura, não me pertences senão pelo amor que dediquei a teu augusto pai. Apenas sou tua madrasta, embora te queira como se fosses o sangue do meu sangue. Um dever sagrado me obriga a acompanhar o ex-imperador no seu exílio, através os mares, em terras estranhas… Adeus, pois, para sempre! Mães brasileiras, vós que sois meigas e carinhosas para com vossos filhinhos, supri minhas vezes: adotai o órfão coroado, dai-lhe, todas vós, um lugar na vossa família e no vosso coração.

Mães brasileiras, eu vos confio este preciosíssimo penhor da felicidade de vosso país e de vosso povo: ei-lo tão belo e puro como o primogênito de Eva no Paraíso. Eu vo-lo entrego: agora sinto minhas lágrimas correrem com menor amargura.

Dorme criança querida, enquanto nós, teu pai e tua mãe de adoção, partimos para o exílio, sem esperança de nunca mais te vermos… senão em sonhos.

Brasileiros! Eu vos conjuro que o não acordeis antes que me retire.

Adeus, órfão-imperador, vítima de tua grandeza antes que a saibas conhecer. Adeus…

Em 17 de  junho, a Regência Trina Permanente foi eleita pela Assembleia Geral. Era composta pelo deputado da Bahia, José da Costa Carvalho (1796 – 1860), o Marquês de Monte Alegre; do Maranhão, João Bráulio Moniz (1796 – 1835), e pelo senador Francisco de Lima e Silva (1785 – 1853), do Rio de Janeiro [7].

1833

Em 15 de dezembro, José Bonifácio foi substituído pelo marquês de Itanhaém, Manuel Inácio de Andrada Souto Pinto Coelho (1782 – 1867), que passou a ser, por decreto, tutor de dom Pedro II [8].

1834

Em 12 de agosto foi aprovado o Ato Adicional, que estipulou o fim da Regência Trina e alterou a Constituição de 1824, autorizando cada uma das províncias a criar uma Assembleia Legislativa. A situação política do país se acalmou.

Em 24 de setembro, morreu, em Portugal, dom Pedro I [9].

1835

Em 7 de janeiro, teve início a Cabanagem no Pará.

Clique aqui para conhecer as moedas da cabanagem

Em abril, realizaram-se as eleições para a primeira Regência Una. Venceu o padre Diogo Antônio Feijó (1784 – 1843), um dos líderes progressistas e antigo ministro da Regência Trina Permanente.

Em 20 de setembro, iniciou-se a revolta Farroupilha, no Rio Grande do Sul.

Clique aqui para conhecer as moedas da Revolução Farroupilha

Diogo Antônio Feijó (1784 – 1843) assumiu a Regência Una em outubro [10].

1837

Para tentar acabar com o avanço da Cabanagem e da Farroupilha, movimentos revoltosos contra o governo, Feijó pediu a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do aumento dos efetivos militares do governo. Seu pedido foi negado e ele renunciou.

O presidente da Câmara dos Deputados e líder da facção regressista, o marquês de Olinda, Pedro Araújo Lima (1793 – 1870), assumiu provisoriamente a regência [11].

Em novembro, teve início a Sabinada, na Bahia.

Em 2 de dezembro, por decreto, foi fundado o Colégio Pedro II.

1838

O senador Pedro Araújo Lima (1793 – 1870) foi eleito o novo regente, cujo mandato se prolongaria até 1842.

Foi criado, em 21 de outubro, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro [12].

Em 13 de dezembro, teve início a Balaiada no Maranhão.

1839

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebeu o patronato do imperador dom Pedro II , que além de seu protetor, tornou-se um ativo membro, tendo presidido centenas de sessões.

1840

O abade francês Louis Comte (1798 – 1868), capelão da corveta L´Orientale, fez na hospedaria Pharoux, a primeira apresentação do daguerreótipo no Brasil e na América Latina, realizando um ensaio fotográfico [13].

Dias depois, apresentou o invento a dom Pedro II [14]. Em março do mesmo ano, com menos de 15 anos, dom Pedro II adquiriu o equipamento, através do negociante Felício Luzaghy.

O Brasil encontrava-se em uma situação delicada com as revoltas e dom Pedro II só poderia ser declarado maior com 18 anos de idade. Além disso, a Regência sempre motivaria conflitos políticos.

Em abril, o senador do Partido Liberal, José Martiniano de Alencar (1794 – 1860), pai do romancista José de Alencar, propôs a criação da Sociedade Promotora da Maioridade, que passou a se chamar Clube da Maioridade. Seu presidente, Antônio Carlos de Andrada (1773 – 1845), levou a campanha para as ruas, conseguindo a adesão do povo.

Em 23 de julho, dom Pedro II foi emancipado pela Assembleia Geral Legislativa do Brasil [15].

1841

Em 18 de julho, realização da sagração e da coroação de dom Pedro II, imperador do Brasil [16].

Capa do Jornal do Commercio de 20 de julho de 1841 apresentando ilustração do Imperador D. Pedro II no dia de sua coroação e sagração e a fachada da varanda da coroação

A cidade do Rio de Janeiro foi embelezada para a cerimônia e as festas se estenderam até o dia 24 de julho, quando foi realizado um grande baile de gala no Paço da cidade.

Terminou a revolta da Balaiada.

1842 / 1843

Entre dezembro de 1842 e princípio de 1843, d.Pedro II foi apresentado ao fotógrafo norte-americano Augustus Morand, que ficou no Rio de Janeiro até abril de 1843, tendo produzido daguerreótipos do monarca, da família imperial e vistas dos arredores do Palácio Real de São Cristóvão.

1843

Em 30 de maio, dom Pedro II e dona Teresa Cristina (1822 – 1889), princesa das Duas Sicílias, casaram-se por procuração, em Nápoles. Como eles eram primos, tiveram que obter licença de Roma.

Em 3 de setembro, ela chegou ao Rio de Janeiro. Eles se encontraram pela primeira vez, a bordo da fragata Constituição [17]. Dom Pedro II ficou muito decepcionado com a aparência de sua esposa .

1845

Em 23 de fevereiro, nasceu o primeiro filho do casal, dom Afonso [18].

Em 1º de março, fim da Farroupilha.

Em 6 de agosto, dom Pedro II viajou para o sul do Brasil e visitou as províncias de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

1846

Nasceu a primeira filha do casal real, a princesa Isabel, em 29 de julho [19].

1847

Morreu dom Afonso, em 11 de junho [20] e nasceu a princesa Leopoldina, segunda filha do casal, em 13 de julho [21]. Dom Pedro II percorreu a província do Rio de Janeiro.

1848

Nasceu dom Pedro Afonso, segundo filho do casal, em 19 de julho [22].

Teve início a Revolução Praieira, em Pernambuco. De caráter liberal e federalista, ganhou o nome de Praieira, pois a sede do jornal Diário Novo, comandado pelos revoltosos, ficava na rua da Praia.

1849

O primo de d. Pedro II, Henrique Guilherme Adalberto da Prússia (1811-1873), em seu diário sobre a visita que havia feito ao Brasil, comentou que d. Pedro II fazia experimentos com o daguerreótipo.

1850

Morreu dom Pedro Afonso, em 10 de janeiro [23].

Foram promulgados o Código Comercial, baseado nos Códigos de Comércio de Portugal, França e Espanha; e a Lei de Terras,  que foi regulamentada em 1854. Esta lei estabelecia a compra como a única forma de acesso à terra e abolia, em definitivo, o regime de sesmarias.

Fim da Revolução Praieira [24].

Em 4 de setembro, a Lei Eusébio de Queiroz pôs fim ao tráfico negreiro [25].

O governo brasileiro rompeu relações com a Confederação Argentina, governada por Juan Manuel de Rosas (1793 – 1877).

1851

Brasil, Uruguai e as províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes firmaram, em Montevidéu, uma aliança ofensiva e defensiva contra Rosas, que declarou guerra ao Império brasileiro.

Tornou-se um dos primeiros monarcas a oferecer seu real patrocínio a um fotógrafo, juntamente com a rainha Victoria da Inglaterra (1819 – 1901), quando, em 8 de março de 1851, permitiu que Buvelot & Prat, que haviam realizado uma série de daguerreótipos de Petrópolis – todos desaparecidos – usassem as armas imperiais na fachada de seu estabelecimento fotográfico.

1852

Em fevereiro, Rosas foi derrotado pelo general Justo José de Urquiza (1801-1870) com o apoio do Brasil, na Batalha de Monte Caseros [26].

Início da telegrafia elétrica no Brasil. Telegramas foram trocados entre o imperador, que se encontrava na Quinta de São Cristóvão, e o ministro da Justiça, Eusébio de Queiroz (1812 – 1868), e o professor Guilherme Schüch de Capanema (1824 – 1908), que estavam no Quartel General, no Campo da Aclamação, atual Campo de Santana.

1854

No Rio de Janeiro, instalação da iluminação à gás [27].

Inauguração da estrada de ferro que ligava a Corte à Petrópolis [28].

1855

Em 17 de outubro, morte de Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho (1779 – 1855), a Dadama, aia e governanta de dom Pedro II, vitimada pela cólera-morbo [29].

1856

Dom Pedro II conheceu a tutora de suas filhas, a condessa de Barral, Luisa Margarida Portugal de Barros (1816 – 1891), por quem se apaixonou e se correspondeu intensamente ao longo de 26 anos de relacionamento [30].

1857

Foi criada a Imperial Academia de Música e a Ópera Nacional [31].

1861

Em dezembro, início da Questão Christie com o naufrágio e posterior pilhagem do navio inglês Prince of Wales nas costas do Rio Grande do Sul. O incidente diplomático envolvendo o Brasil Império e a Inglaterra foi batizado com esse nome porque o embaixador britânico no Brasil era William Dougal Christie (1816-1874).

1862

Em 5 de dezembro, foram presos por terem causado distúrbios três oficiais da fragata inglesa Fort. Eles estavam bêbados e à paisana. O embaixador Christie exigiu a punição do chefe da polícia.

Também cobrou o pagamento da indenização de 6 mil libras esterlinas pela pilhagem do navio inglês Prince of Wales. Esse fato teria gerado, segundo o historiador Bóris Fausto, um clima de “exaltação patriótica”. Houve manifestações populares contra a Grã-Bretanha, no Rio de Janeiro

1863

Em janeiro, o governo brasileiro não atendeu às exigências de Christie e a Marinha inglesa fundeada no Rio de Janeiro bloqueou a baía de Guanabara e apreendeu 5 navios brasileiros.

Sob protesto, em 26 de fevereiro, o Brasil pagou a indenização pelo Prince of Wales e Christie foi obrigado a deixar o país. O governo imperial brasileiro rompeu relações diplomáticas com a Inglaterra, em 25 de maio, pela ausência de desculpas do governo britânico.

1864

Em 15 de outubro, casamento da princesa Isabel com o conde d´Eu [32] e, em 15 de dezembro, casamento da princesa Leopoldina com o duque de Saxe [33]. O conde d´Eu e o duque se Saxe eram primos.

O Paraguai declarou guerra ao Brasil, em dezembro.

1865

Em 1º de maio, foi assinado o Tratado da Tríplice Aliança – Argentina, Brasil e Uruguai – contra o Paraguai.

Em 10 de julho, dom Pedro II foi para o teatro de operações da Guerra do Paraguai.

Em 23 de setembro, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Inglaterra foram reatadas [34].

1870

Solano López morreu e a Guerra do Paraguai terminou [35].

1871

Em 7 de fevereiro de 1871, a filha de Dom Pedro II, a princesa Leopoldina de Saxe-Coburgo faleceu, em Viena [36].

Em 28 de de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre Livre [37].

1871 / 1872

Em 25 de maio de 1871, dom Pedro II viajou pela primeira vez para a Europa e para o Oriente Médio. A princesa Isabel tornou-se, pela primeira vez, regente provisória.

Em Lisboa, seu primeiro destino, Dom Pedro visitou dona Amélia, viúva de dom Pedro I, no palácio das Janelas Verdes. Conheceu diversos intelectuais portugueses, entre eles, Alexandre Herculano (1810 – 1877).

Depois foi à Espanha, à França, onde encontrou a condessa de Barral e o filósofo Arthur de Gobineau (1816 -1882); à Inglaterra, à Bélgica, à Alemanha, onde conheceu o compositor Richard Wagner (1813 – 1883); à Áustria, à Itália, ao Egito, à Creta e à Suíça.

Em 31 de março de 1872, retornou ao Rio de Janeiro [38], trazendo o duque de Saxe, viúvo de de sua filha Leopoldina, e seus dois netos, Pedro Augusto (1866 – 1934) e Augusto Leopoldo (1867 – 1922), que seriam educados no Brasil.

1874

Em 22 de junho, foi efetivada a ligação do Brasil a Portugal por telégrafo.

Teve início a revolta do Quebra-Quilos, quando várias cidades do nordeste se rebelaram contra o decreto que impunha a implantação de um novo sistema métrico. No ano seguinte, com a forte repressão promovida pelo governo imperial, a região foi pacificada.

1876

Em março, dom Pedro II viajou para os Estados Unidos e para a Europa. Embarcou no Rio de Janeiro, no navio americano Hevelius, sob o comando do capitão Markwell [39].

Acompanhando a comitiva real, estava o repórter J. O´Kelly, do jornal New York Herald. Chegou em Nova York, em 15 de abril.

Visitou outras cidades como Chicago, Pittsburg e Washington. Inaugurou a Exposição da Filadélfia, que abriu ao lado do presidente Ulysses S. Grant (1822 – 1885), em 10 de maio, em meio a uma multidão de cerca de 200 mil pessoas.

A cerimônia de abertura terminou no pavilhão de máquinas e equipamentos com Grant e Dom Pedro II acionando o motor a vapor Corliss Steam Engine. Na exposição, conheceu os cientistas Thomas Edison (1847 – 1931) e Grahan Bell (1847 – 1922), que apresentou ao imperador sua invenção – o telefone. Foi também à Niagara Falls.

Em 12 julho, partiu para a Europa no vapor Russia, da Cunard Line: foi a Londres e Bruxelas, onde encontrou o famoso médico francês Jean-Marie Charcot (1825 – 1893).

Deixou a imperatriz Teresa Cristina em Gastein, na Áustria, para tratamento de saúde, e partiu para a Grécia. No Oriente, a imperatriz e a condessa de Barral o encontraram.

Foi à Roma, Viena e Paris, onde conheceu os intelectuais Jean Louis Quatrefages (1810 – 1892), Ernest Renan (1823 – 1892), Louis Pasteur (1822 – 1895) e Victor Hugo (1802 – 1885). Retornou em setembro.

1877

Por ordem de dom Pedro II, foram instaladas linhas telefônicas entre as residências dos ministros e o palácio da Quinta da Boa Vista.

O New York Herald relembrou a visita de Pedro II aos Estados Unidos, e apresentou a seguinte proposta:

“Para nossa chapa Centenária, indicamos Dom Pedro II e Charles Francis Adams, para presidente e vice-presidente. Estamos cansados de gente comum, e sentimo-nos dispostos a apoiar gente de estilo”.

O advogado, político, diplomata e escritor americano Charles Frances Adams ( 1807 – 1886) era neto do presidente John Adams e filho do presidente John Quincy Adams.

1878

Dom Pedro II viajou para a província de São Paulo.

1879

Inauguração da iluminação elétrica na Estação Central da Estrada de Ferro Dom Pedro II.

Em 28 de dezembro de 1879, início no Rio de Janeiro da Revolta do Vintém, contra a cobrança de um tributo instituído pelo ministro da fazenda, o visconde de Ouro Preto, Afonso Celso de Assis Figueiredo (1836 – 1912), de vinte réis, ou seja, um vintém, nas passagens dos bondes. O ministério, desmoralizado, caiu no ano seguinte e o imposto foi revogado.

1880

Criação da Telephone Company of Brazil, primeira companhia telefônica nacional.

Dom Pedro II viajou ao Paraná.

1881

Em 9 de janeiro, aprovação da Lei Saraiva, que estabeleceu o voto direto e proibiu o voto dos analfabetos.

Dom Pedro II viajou para Minas Gerais.

1882

Caso do “Roubo das jóias da Coroa”: na madrugada de 17 para 18 de março de 1882, um ladrão invadiu o Palácio de São Cristóvão, residência da família imperial, e roubou  todas as jóias da imperatriz Teresa Cristina e da princesa Isabel.

O tesouro foi avaliado em 400 contos de réis – verdadeira fortuna na época [40]. As jóias foram encontradas dias depois na casa de um ex-empregado do palácio, Manuel de Paiva [41].

1883

A cidade de Campos (RJ) tornou-se o primeiro município da América do Sul a receber iluminação elétrica pública.

Início da Questão Militar, uma série de conflitos entre autoridades da monarquia e os oficiais do Exército brasileiro, que fortaleceu a campanha republicana.

1885

Promulgação da Lei dos Sexagenários, em 28 de setembro.

1887 / 1888

Em 30 de junho de 1887, dom Pedro II viajou pela terceira vez para a Europa. Seu primeiro destino foi Portugal. De lá, seguiu para Paris.

Aconselhado por médicos, seguiu para Baden-Baden, e retornou a Paris, onde visitou intelectuais, entre eles, Louis Pasteur. Fez um cruzeiro pela Riviera italiana e foi para a estação de cura de Aix-les-Bains, na França.

Também visitou, atendendo a um desejo de sua esposa, dona Teresa Cristina Maria, as ruínas de Pompeia [42]. Em 22 de agosto de 1888, retornou ao Rio de Janeiro [43].

1888

Foi abolida a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888 [44].

1889

O imperador Pedro II sofreu um atentado [45].

Em 9 de novembro, foi realizado o baile da Ilha Fiscal [46], que passou à história como o último baile da monarquia no Brasil.

Em 15 de novembro, foi proclamada a República com o Golpe Republicano [47]. Quando foi deposto, dom Pedro II tinha governado por 49 anos, três meses e 22 dias. Só foi superado pela rainhas Vitória (1819-1901) e Elizabeth II (1926-), ambas da Inglaterra.

Em 17 de novembro, a família real partiu para o exílio, na Europa, a bordo do Alagoas [48].

Chegaram em Lisboa em 7 de dezembro. Visitaram Coimbra e o Porto, onde a imperatriz Teresa Cristina faleceu, em 28 de dezembro.

1890 / 1891

Pedro II passou esses anos entre Cannes, Vichy, Versalhes e Baden-Baden.

1891

Em 14 de janeiro, faleceu a Condessa de Barral, em Paris [49].

Em 24 de outubro, Dom Pedro II chegou em Paris, onde se hospedou no Hotel Bedford, número 17 da rua de l’Arcade.

Em 5 de dezembro, faleceu, de pneumonia [50]. Tradução do registro de morte do imperador:

"Nós, abaixo assinados, Professores da Faculdade de Medicina e doutores em medicina, certificamos que Dom Pedro II d’Alcantara morreu em 5 de Dezembro de 1891 à meia noite e 35 (da manhã) no hotel Bedford, 17 rue de l’Arcade, em Paris, em conseqüência de uma pneumonia aguda do pulmão esquerdo.

Paris, 5 de dezembro de 1891

J.M Charcot

C. de Motta Maia Bouchard‘
Certidão de Óbito de D. Pedro II

1920

Foi anulado o decreto que bania a Família Imperial do Brasil.

1921

Chegaram no Rio de Janeiro os corpos de dom Pedro II e de dona Teresa Cristina, que estavam no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa [51]. Ficaram na Catedral Metropolitana.

1925

Os  restos mortais dos monarcas foram para a Catedral de Petrópolis.

Foi publicada em O Jornal, primeiro órgão de comunicação dos Diários Associados, uma edição comemorativa pelo centenário de nascimento de d. Pedro II, com um artigo escrito pelo proprietário do grupo, Assis Chateaubriand, intitulado “Professor de elites – A obra mais interessante de Pedro II consistiu na formação das elites no Brasil” [52].

1939

Em 5 de dezembro, foram para o Mausoléu Imperial, uma capela localizada à direita da entrada da Catedral de Petrópolis, numa cerimônia na qual estava presente o presidente da República, Getúlio Vargas (1882 – 1954).

O túmulo foi esculpido em mármore de Carrara pelo francês Jean Magrou (1869 – 1945) e pelo brasileiro Hildegardo Leão Veloso (1899 – 1966) [53].

Fontes:

[1] Diário do Rio de Janeiro, de 5 de dezembro de 1825;

[2] Império do Brasil: Diário Fluminense, de 10 de dezembro de 1825

[3] Diário do Rio de Janeiro, de 15 de dezembro de 1826

[4] Imperio do Brasil: Diário Fluminense, de 8 de outubro de 1829, sob o título “Baviera”

[5] Aurora Fluminense, de 11 de abril de 1831

[6] Diário do Rio de Janeiro, de 14 de abril de 1831

[7] Aurora Fluminense, de 20 de junho de 1831, na primeira coluna, sob o título “Rio de Janeiro”

[8] Jornal do Commercio, 17 de dezembro de 1833, na segunda coluna, sob o título “Rio de Janeiro”

[9] Diário do Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 1834

[10] Aurora Fluminense, de 12 de outubro de 1835

[11] Jornal do Commercio, de 25 de setembro de 1837, na primeira coluna

[12] Jornal do Commercio, de 18 de outubro de 1838, na primeira coluna

[13] Jornal do Commercio, de 17 de janeiro de 1840, na primeira coluna

[14] Jornal do Commercio, de 20 de janeiro de 1840, na terceira coluna

[15] Diário do Rio de Janeiro, de 27 de julho de 1840, sob o título “Rio de Janeiro”

[16] Diário do Rio de Janeiro, de 19 de julho de 1941, Jornal do Commercio, de 18 e 19 de julho de 1941, na segunda coluna e de 20 de julho, com ilustração de dom Pedro II coroado e da varanda da coroação

[17] (Jornal do Commercio, de 4 de setembro, na última coluna; e de 5 de setembro de 1843, na primeira coluna, ambas sob o título “Jornal do Commercio”

[18] Diário de Rio de Janeiro, de 24 de fevereiro de 1845, sob o título “O Diário”

[19] Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de julho de 1846, sob o título “Parte official”

[20] Diário do Rio de Janeiro, de 12 de junho de 1847

[21] Diário do Rio de Janeiro, de 14 de julho de 1847, sob o título “O Diário”

[22] Diário do Rio de Janeiro, de 20 de julho de 1848

[23] Diário do Rio de Janeiro, de 11 de janeiro de 1850

[24] O Brasil, de 16 de abril de 1850, sob o título “Notícias Provinciaes”, na primeira coluna

[25] Diário do Rio de Janeiro, de 5 de setembro de 1850

[26] Correio da Tarde, de 24 de fevereiro de 1952

[27] Jornal do Commercio, de 25 de março de 1854, na penúltima coluna

[28] Jornal do Commercio, de 1º de maio de 1854, na última coluna

[29] Diário do Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1855, na segunda coluna

[30] Cartas trocadas entre os dois estão disponíveis no site do Correio IMS (http://www.correioims.com.br/): em 12 de junho de 1876, em 15 de março de 1877, em 29 de março de 1877 e em 7 de junho de 1880.

[31] Jornal do Commercio, de 7 de junho de 1857, sob o título “Publicações a pedido”

[32] Diário do Rio de Janeiro, edição de 16 de outubro de 1864

[33] Diário do Rio de Janeiro, de 16 de dezembro de 1864

[34] Jornal do Commercio, de 5 de outubro de 1865, na sétima coluna, sob o título “27 de setembro”

[35] O Paiz, suplemento de 14 de abril de 1870

[36] Diário de Notícias, de 7 de março de 1871

[37] Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de setembro de 1871

[38] Diário do Rio de Janeiro, 1º de abril de 1872

[39] Diário do Rio de Janeiro, 26 de março de 1876, na terceira coluna

[40] Gazeta de Notícias, de 19 de março de 1882, na primeira coluna

[41] Gazeta de Notícias, de 22 de março de 1882, na segunda coluna

[42] Gazeta de Notícias, 17 de junho de 1888, quarta coluna

[43] Gazeta de Notícias, 23 de agosto de 1888, primeira coluna

[44] O Paiz, de 14 de maio de 1888

[45] Gazeta de Notícias, de 17 de julho de 1889, na penúltima coluna

[46] Gazeta de Notícias, de 11 de novembro de 1889

[47] Gazeta de Notícias, 16 de novembro de 1889

[48] Gazeta de Notícias, edição de 18 de novembro de 1889, sob o título “O Embarque do Imperador”, na segunda coluna

[49] Diário de Notícias, 16 de janeiro de 1891

[50] O Paiz, de 6 de dezembro de 1891, e Gazeta de Notícias, de 6 de dezembro de 1891

[51] O Paiz, de 9 de janeiro de 1921

[52] O Jornal, 2 de dezembro de 1925

[53] Jornal do Brasil, de 6 de dezembro de 1939