Neste artigo você vai conhecer mais detalhes sobre o Carimbo ICÓ aplicado em moedas do Brasil. As informações são de um compêndio de artigos pulicados por numismatas ao longo dos anos, estruturado pela Sociedade Numismática Brasileira em 08/06/2007.
Carimbo "ICÓ" (unifacial)
Dizem tratar-se de carimbos aplicados pelos revolucionários sob o comando do Cel. Joaquim Pinto Moreira, na cidade de Icó (Ceará), entre 1829 e 1832.
Creio ser inexata esta afirmação, tratando-se simplesmente de contramarcas particulares que, encontrados no cobre brasileiro pelo falecido colecionador Sr. Francisco Dias da Rocha, foram por ele atribuídos a Icó, cidade de seu estado natal, e de cuja propaganda se incumbiu mais tarde o Sr. Eusébio de Sousa, o que foi um verdadeiro incentivo para os falsificadores.
Os carimbos VII encontrados na prata, podem ser considerados FALSOS na sua totalidade, sendo conhecidos até hoje os tipos seguintes:
Tipo B e C
Aparecem por volta de 1927/29 no Rio de Janeiro, produzidos pelo mesmo personagem, que também falsificou a maioria dos Carimbos Coroados - FALSOS -, igualmente esboçados neste trabalho.
Tipo E1
Este cunho deve ter sido produzido por volta de 1919/20, bastando dizer, que já vinha reproduzido no Almanach do EU SEI TUDO - 1922, 1 página 127/128, e que em 1924 um comerciante do Rio comprou grande quantidade destas "raridades" vindas diretamente do Ceará.
O respectivo cunho foi apreendido muito mais tarde, por indicação da Sociedade Numismática Cearense, pela polícia estadual, em mãos de um ourives de Baturité, e hoje se encontra em caixa devidamente lacrada em poder da S.N.F.C.
Tipo E2
Uma imitação do Tipo E1, produzida no Ceará entre 1934 e 1937.
Tipo E3
Outra imitação do Tipo E1, surgida na Bahia entre 1938/40.
Tipo J
Conheço um único exemplar destes, que surgiu no Rio em 1946.
Tratando-se de fatos desconhecidos por grande parte dos nossos colecionadores, estas peças até aqui tem alcançado cotações bastante elevadas, embora se tratasse de SIMPLES CURIOSIDADE, SEM VALOR NUMISMÁTICO ALGUM.
Fonte:
Publicado por Kurt Prober no "Catálogo de Moedas Brasileiras de Prata" - 1947
Carimbo "ICÓ" (unifacial)
Com exceção de alguns poucos "CARIMBOS PARTICULARES" - ICO e IGO - que nada têm a ver com o que querem seja a contramarca "ICÓ" - todas essas pseudo-raridades foram FALSIFICADAS por colegas sem escrúpulo, para explorar colecionadores bisonhos.
O carimbo IGO de "G" virado, dizem ser a lavra de um ourives de Baturité (Ceará), e que o cunho, apreendido, agora se encontra em mãos da Sociedade Filatélica e Numismática Cearense, o que nunca me foi possível confirmar.
O fato é que o carimbo é FALSO, e que todas as peças vieram do Ceará.
O verdadeiro colecionador somente inclui estas peças a título de curiosidade, sendo seu valor comercial atualmente de CR$ 40,00 até CR$80,00 conforme estado, etc.
Fonte:
Publicado por Kurt Prober no "Catálogo de Moedas de Cobre" - 1957
Carimbo "ICÓ" (unifacial)
Com exceção de alguns poucos "CARIMBOS PARTICULARES" - ICO e IGO - que nada têm a ver com o que querem seja a contramarca "ICÓ" - todas essas pseudo-raridades foram FALSIFICADAS por colegas sem escrúpulo, para explorar colecionadores bisonhos.
Afirmavam certos tratadistas do passado que se tratava de carimbos aplicados pelos revolucionários sob o comando do Cel. Joaquim Pinto Madeira, na cidade cearense de ICÓ.
Pura ilusão, pois os 9 tipos de carimbos que conheço, (além dos 3 particulares) e que aparecem tanto aplicados em moedas de prata e de cobre, de todos os valores, inclusive em 8 Reales hispano-americanos, são FALSIFICAÇÕES.
O mais comum de todos estes carimbos é o IGO (com G invertido), cujo cunho foi há muitos anos apreendido em mãos de um ourives de Baturité (Ceará), e agora dizem encontrar-se em mãos da Sociedade Filatélica e Numismática Cearense.
Outro ferro "YCO" (com Y) foi aplicado no Rio de Janeiro, enquanto outro "ICO" com seta à direita surgiu em grande profusão em São Paulo.
O verdadeiro colecionador somente inclui estas peças em sua coleção a título de curiosidade, e pagará por elas um ágio insignificante sobre o valor da peça básica.
Fonte:
Publicado pro Kurt Prober no "Catálogo de Moedas Brasileiras" - 1966
ICÓ
A abdicação de D. Pedro I em 1831. resultado da resistência da burguesia à sua tendência autoritária, provocou movimentos de reação, principalmente nas Províncias do Norte.
No Ceará, o coronel Joaquim Pinto Madeira liderou uma rebelião contra o governo da Regência, que culminou no combate de ICÓ (abril de 1832).
Em outubro de 1832 os rebeldes se renderam, e em 1834, o coronel Madeira foi executado.
São atribuídos a esse movimento revolucionário diversos carimbos com as palavras ICO, YCO, JCO ou IGO, batidos em moedas coloniais e imperiais, de prata e de cobre. Kurt Prober ("Catálogos das Moedas Brasileiras", 3ª edição, pág. 124) considera falsos todos esses carimbos.
Relacionamos as moedas de cobre de 20, 40 e 80 réis com alguns desses carimbos.
Fonte:
Publicado por Eugenio Vergara Cafarelli no livro "As Moedas do Brasil" - 1992
Autorização de publicação
Esse artigo é a reprodução fiel da compilação realizada pela Sociedade Numismática Brasileira em 08/06/2007 que reuniu artigos antigos publicados por Kurt Prober e Eugênio Vergara Caffarrelli sobre os carimbos ICÓ.
A publicação de artigos dos boletins da SNB no Blog do Collectprime foi autorizada pela SNB, na pessoa do então Presidente Gilberto Tenor no dia 11/08/2018.
Capa: foto de maio de 1952 da fachada da Igreja Nossa Senhora da Expectação em Icó-CE, obtida no site do IBGE Cidades em 06/10/2020.