O selo postal foi uma emissão conjunta entre Brasil e Alemanha, apresenta a marca composta da imagem e legendas: Lutero 2017- 500 anos da Reforma - No Início Era a Palavra, para o ano do jubileu deste acontecimento.

Segundo a artista alemã, Antonia Graschberger, o retrato, provavelmente o mais conhecido de Martim Lutero, é representado numa versão moderna, com base nas orientações do concurso coordenado pelo Ministério das Finanças da Alemanha para a criação da arte.

“No conjunto desta tarefa, desejava, com meu trabalho de criação do selo, apresentar o retrato da melhor maneira possível, assim como ordenar os elementos do texto de modo compreensível, focalizado no tema e numa tipografia elegante. A cor do texto segue a da imagem, para dar ao selo, em sua composição, um traço de harmonia. Pessoalmente, é uma honra especial que meu trabalho seja, também, lançado no Brasil.”
— Antonia Graschberger, Munique
Selo e carimbos de 1º dia de circulação comemorativos aos 500 anos da reforma luterana / protestante
Edital nº 1
Arte Antonia Graschberger
Processo de Impressão ofsete
Papel cuchê gomado
Folha com 25 selos
Valor facial R$ 4,15
Tiragem 500.000 selos
Área de desenho 39mm x 21mm
Dimensão do selo 44mm x 26mm
Picotagem 11 x 11,5
Data de emissão 13/04/2017
Local de lançamento Brasília-DF / Cuiabá-MT / Curitiba-PR
Cândido Rondon-PR / Porto Alegre-RS / Porto Velho-RO
Impressão Casa da Moeda do Brasil
Versão Departamento de Relações Institucionais
e Comunicação/Correios
Cód. de comercialização 852012322

Martim Lutero e a reforma protestante

Em 31 de outubro de 1517, o padre e professor de Teologia Martim Lutero afixou suas 95 teses na porta do Castelo de Wittenberg, Alemanha. Com esse gesto, Lutero quis envolver a população no debate sobre uma questão que ele considerava crucial a partir da sua fé, fundamentada no estudo acurado da Bíblia: perdão pode ser objeto de venda ou é presente de Deus ao coração arrependido? As teses se espalharam rapidamente. Em poucas semanas, apesar das dificuldades de comunicação da época, eram conhecidas e discutidas na Europa.

O movimento da Reforma se tornou popular. Nos seus desdobramentos, mudou o cenário religioso e político da Europa e, por consequência, do mundo. Surgiu o protestantismo, especificamente o luteranismo, algo que Lutero jamais pretendeu, pois só queria renovar a Igreja na qual atuava como sacerdote, propugnando por seu retorno às fontes das Escrituras e dos Pais da Igreja.

O núcleo de sua teologia consiste na doutrina de que somos justificados pela graça de Deus, por meio da fé. Disso, segundo ele, tudo o mais depende. Portanto, a Reforma da Igreja em si é secundária. Ela tem valor apenas enquanto esteja a serviço da proclamação dessa boa nova.

Essa redescoberta não apenas trouxe a liberdade cristã para as consciências atribuladas de quem temia o juízo de Deus. Indiretamente, produziu também profundas transformações culturais, sociais, políticas e eclesiásticas. Não é, pois, mero acaso que se comemorem os 500 anos da Reforma em 2017! 31 de outubro de 1517 a 31 de outubro de 2017: Jubileu dos 500 anos da Reforma.

Justifica-se a comemoração de uma data tão significativa. Comemorações ocorrerão em todo mundo, também aqui no Brasil. As Igrejas luteranas (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e a Igreja Evangélica Luterana do Brasil) celebrarão em conjunto e na companhia de outras Igrejas.

A Federação Luterana Mundial (FLM), como expressão da comunhão luterana no mundo, e a Igreja Católica Apostólica Romana marcaram esse Jubileu profundamente através da celebração conjunta no dia 31 de outubro de 2016, em Lund, Suécia, dando um passo marcante, avançando do conflito à comunhão.

Cabe-nos agradecer pelo legado da Reforma, a boa nova redescoberta e proclamada. Ao mesmo tempo, cabe comemorar a data como uma nova oportunidade de se perguntar quanto às implicações da Reforma para os dias de hoje e para o futuro.

As Igrejas oriundas da Reforma, sempre em diálogo com a ecumene, precisam perguntar pelos desdobramentos da mensagem da Reforma ao longo dos séculos nos mais diferentes contextos, em todo o mundo.

Aqui no Brasil, um dos acontecimentos marcantes do Jubileu da Reforma será a emissão de um selo postal por parte dos Correios, o que é motivo de gratidão e alegria para quem compreende a importância da Reforma e do seu legado. Sola gratia! Sola fide!

Dr. Nestor Paulo Friedrich
Pastor Presidente da IECLB
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

As 95 teses de Lutero

Debate para o esclarecimento do valor das indulgências pelo Dr. Martin Luther, 1517

Por amor à verdade e no empenho de elucidá-la, discutir-se-á o seguinte em Wittenberg, sob a presidência do reverendo padre Martinho Lutero, mestre de Artes e de Santa Teologia e professor catedrático desta última, naquela localidade.

Por esta razão, ele solicita que os que não puderem estar presentes e debater conosco oralmente o façam por escrito, mesmo que ausentes. Em nome do nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

  1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência.
  2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sacerdotes).
  3. No entanto, ela não se refere apenas a uma penitência interior; sim, a penitência interior seria nula, se, externamente, não produzisse toda sorte de mortificação da carne.
  4. Por conseqüência, a pena perdura enquanto persiste o ódio de si mesmo (isto é a verdadeira penitência interior), ou seja, até a entrada do reino dos céus.
  5. O papa não quer nem pode dispensar de quaisquer penas senão daquelas que impôs por decisão própria ou dos cânones.
  6. O papa não pode remitir culpa alguma senão declarando e confirmando que ela foi perdoada por Deus, ou, sem dúvida, remitindo-a nos casos reservados para si; se estes forem desprezados, a culpa permanecerá por inteiro.
  7. Deus não perdoa a culpa de qualquer pessoa sem, ao mesmo tempo, sujeitá-la, em tudo humilhada, ao sacerdote, seu vigário.
  8. Os cânones penitenciais são impostos apenas aos vivos; segundo os mesmos cânones, nada deve ser imposto aos moribundos.
  9. Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.
  10. Agem mal e sem conhecimento de causa aqueles sacerdotes que reservam aos moribundos penitências canônicas para o purgatório.
  11. Essa erva daninha de transformar a pena canônica em pena do purgatório parece ter sido semeada enquanto os bispos certamente dormiam.
  12. Antigamente se impunham as penas canônicas não depois, mas antes da absolvição, como verificação da verdadeira contrição.
  13. Através da morte, os moribundos pagam tudo e já estão mortos para as leis canônicas, tendo, por direito, isenção das mesmas.
  14. Saúde ou amor imperfeito no moribundo necessariamente traz consigo grande temor, e tanto mais, quanto menor for o amor.
  15. Este temor e horror por si sós já bastam (para não falar de outras coisas) para produzir a pena do purgatório, uma vez que estão próximos do horror do desespero.
  16. Inferno, purgatório e céu parecem diferir da mesma forma que o desespero, o semi desespero e a segurança.
  17. Parece desnecessário, para as almas no purgatório, que o horror diminua na medida em que cresce o amor.
  18. Parece não ter sido provado, nem por meio de argumentos racionais nem da Escritura, que elas se encontram fora do estado de mérito ou de crescimento no amor.
  19. Também parece não ter sido provado que as almas no purgatório estejam certas de sua bem-aventurança, ao menos não todas, mesmo que nós, de nossa parte, tenhamos plena certeza.
  20. Portanto, sob remissão plena de todas as penas, o papa não entende simplesmente todas, mas somente aquelas que ele mesmo impôs.
  21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.
  22. Com efeito, ele não dispensa as almas no purgatório de uma única pena que, segundo os cânones, elas deveriam ter pago nesta vida.
  23. Se é que se pode dar algum perdão de todas as penas a alguém, ele, certamente, só é dado aos mais perfeitos, isto é, pouquíssimos.
  24. Por isso, a maior parte do povo está sendo necessariamente ludibriada por essa magnífica e indistinta promessa de absolvição da pena.
  25. O mesmo poder que o papa tem sobre o purgatório de modo geral, qualquer bispo e cura tem em sua diocese e paróquia em particular.
  26. O papa faz muito bem ao dar remissão às almas não pelo poder das chaves (que ele não tem), mas por meio de intercessão.
  27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
  28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
  29. E quem é que sabe se todas as almas no purgatório querem ser resgatadas? Dizem que este não foi o caso com S. Severino e S. Pascoal.
  30. Ninguém tem certeza da veracidade de sua contrição, muito menos de haver conseguido plena remissão.
  31. Tão raro como quem é penitente de verdade é quem adquire autenticamente as indulgências, ou seja, é raríssimo.
  32. Serão condenados em eternidade, juntamente com seus mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de carta de indulgência.
  33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.
  34. Pois aquelas graças das indulgências se referem somente às penas de satisfação sacramental, determinadas por seres humanos.
  35. Não pregam cristãmente os que ensinam não ser necessária a contrição àqueles que querem resgatar ou adquirir breves confessionais.
  36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
  37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.
  38. Mesmo assim, a remissão e participação do papa de forma alguma devem ser desprezadas, porque (como disse) constituem declaração do perdão divino.
  39. Até mesmo para os mais doutos teólogos é dificílimo exaltar perante o povo ao mesmo tempo, a liberdade das indulgências e a verdadeira contrição.
  40. A verdadeira contrição procura e ama as penas, ao passo que a abundância das indulgências as afrouxa e faz odiá-las, pelo menos dando ocasião para tanto.
  41. Deve-se pregar com muita cautela sobre as indulgências apostólicas, para que o povo não as julgue erroneamente como preferíveis às demais boas obras do amor.
  42. Deve-se ensinar aos cristãos que não é pensamento do papa que a compra de indulgências possa, de alguma forma, ser comparada com as obras de misericórdia.
  43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
  44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
  45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.
  46. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem bens em abundância, devem conservar o que é necessário para sua casa e de forma alguma desperdiçar dinheiro com indulgência.
  47. Deve-se ensinar aos cristãos que a compra de indulgências é livre e não constitui obrigação.
  48. Deve-se ensinar aos cristãos que, ao conceder indulgências, o papa, assim como mais necessita, da mesma forma mais deseja uma oração devota a seu favor do que o dinheiro que se está pronto a pagar.
  49. Deve-se ensinar aos cristãos que as indulgências do papa são úteis se não depositam sua confiança nelas, porém, extremamente prejudiciais se perdem o temor de Deus por causa delas.
  50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
  51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa estaria disposto - como é seu dever - a dar do seu dinheiro àqueles muitos de quem alguns pregadores de indulgências extraem ardilosamente o dinheiro, mesmo que para isto fosse necessário vender a Basílica de S. Pedro.
  52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.
  53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
  54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
  55. A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.
  56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa concede as indulgências, não são suficientemente mencionados nem conhecidos entre o povo de Cristo.
  57. É evidente que eles, certamente, não são de natureza temporal, visto que muitos pregadores não os distribuem tão facilmente, mas apenas os ajuntam.
  58. Eles tampouco são os méritos de Cristo e dos santos, pois estes sempre operam, sem o papa, a graça do ser humano interior e a cruz, a morte e o inferno do ser humano exterior.
  59. S. Lourenço disse que os pobres da Igreja são os tesouros da mesma, empregando, no entanto, a palavra como era usada em sua época.
  60. É sem temeridade que dizemos que as chaves da Igreja, que lhe foram proporcionadas pelo mérito de Cristo, constituem este tesouro.
  61. Pois está claro que, para a remissão das penas e dos casos, o poder do papa por si só é suficiente.
  62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
  63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
  64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.
  65. Por esta razão, os tesouros do Evangelho são as redes com que outrora se pescavam homens possuidores de riquezas.
  66. Os tesouros das indulgências, por sua vez, são as redes com que hoje se pesca a riqueza dos homens.
  67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como as maiores graças realmente podem ser entendidas como tal, na medida em que dão boa renda.
  68. Entretanto, na verdade, elas são as graças mais ínfimas em comparação com a graça de Deus e a piedade na cruz.
  69. Os bispos e curas têm a obrigação de admitir com toda a reverência os comissários de indulgências apostólicas.
  70. Têm, porém, a obrigação ainda maior de observar com os dois olhos e atentar com ambos os ouvidos para que esses comissários não preguem os seus próprios sonhos em lugar do que lhes foi incumbido pelo papa.
  71. Seja excomungado e maldito quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas.
  72. Seja bendito, porém, quem ficar alerta contra a devassidão e licenciosidade das palavras de um pregador de indulgências.
  73. Assim como o papa, com razão, fulmina aqueles que, de qualquer forma, procuram defraudar o comércio de indulgências,
  74. muito mais deseja fulminar aqueles que, a pretexto das indulgências, procuram defraudar a santa caridade e verdade.
  75. A opinião de que as indulgências papais são tão eficazes ao ponto de poderem absolver um homem mesmo que tivesse violentado a mãe de Deus, caso isso fosse possível, é loucura.
  76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa.
  77. A afirmação de que nem mesmo S. Pedro, caso fosse o papa atualmente, poderia conceder maiores graças é blasfêmia contra São Pedro e o papa.
  78. Afirmamos, ao contrário, que também este, assim como qualquer papa, tem graças maiores, quais sejam, o Evangelho, os poderes, os dons de curar, etc., como está escrito em 1 Co 12.
  79. É blasfêmia dizer que a cruz com as armas do papa, insignemente erguida, equivale à cruz de Cristo.
  80. Terão que prestar contas os bispos, curas e teólogos que permitem que semelhantes conversas sejam difundidas entre o povo.
  81. Essa licenciosa pregação de indulgências faz com que não seja fácil, nem para os homens doutos, defender a dignidade do papa contra calúnias ou perguntas, sem dúvida argutas, dos leigos.
  82. Por exemplo: por que o papa não evacua o purgatório por causa do santíssimo amor e da extrema necessidade das almas - o que seria a mais justa de todas as causas -, se redime um número infinito de almas por causa do funestíssimo dinheiro para a construção da basílica - que é uma causa tão insignificante?
  83. Do mesmo modo: por que se mantêm as exéquias e os aniversários dos falecidos e por que ele não restitui ou permite que se recebam de volta as doações efetuadas em favor deles, visto que já não é justo orar pelos redimidos?
  84. Do mesmo modo: que nova piedade de Deus e do papa é essa: por causa do dinheiro, permitem ao ímpio e inimigo redimir uma alma piedosa e amiga de Deus, porém não a redimem por causa da necessidade da mesma alma piedosa e dileta, por amor gratuito?
  85. Do mesmo modo: por que os cânones penitenciais - de fato e por desuso já há muito revogados e mortos - ainda assim são redimidos com dinheiro, pela concessão de indulgências, como se ainda estivessem em pleno vigor?
  86. Do mesmo modo: por que o papa, cuja fortuna hoje é maior do que a dos mais ricos Crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos esta uma basílica de São Pedro, ao invés de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?
  87. Do mesmo modo: o que é que o papa perdoa e concede àqueles que, pela contrição perfeita, têm direito à remissão e participação plenária?
  88. Do mesmo modo: que benefício maior se poderia proporcionar à Igreja do que se o papa, assim como agora o faz uma vez, da mesma forma concedesse essas remissões e participações 100 vezes ao dia a qualquer dos fiéis?
  89. Já que, com as indulgências, o papa procura mais a salvação das almas do o dinheiro, por que suspende as cartas e indulgências outrora já concedidas, se são igualmente eficazes?
  90. Reprimir esses argumentos muito perspicazes dos leigos somente pela força, sem refutá-los apresentando razões, significa expor a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
  91. Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.
  92. Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz!
  93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!" sem que haja cruz!
  94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
  95. e, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.

1517 A.D.

Onde comprar

Os produtos podem ser adquiridos nos seguintes locais:

Loja virtual dos Correios: https://correios.com.br/correiosonline
Agência de Vendas a Distância: Av. Presidente Vargas, 3.077 - 23º andar, 20210-973 - Rio de Janeiro/ RJ
Telefones: (21) 2503-8095 / (21) 2503-8096
E-mail: centralvendas@correios.com.br

Para pagamento, envie cheque bancário ou vale postal, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou autorize débito em cartão de crédito Visa ou Mastercard.